Este livro é uma ficção em prosa inspirada em fatos reais e imaginários em que o protagonista é um animal de estimação chamado Ghalgha, que faz relatos de situações vividas em companhia de seu dono, João Donno. Os dois se encontram em um ambiente distópico peculiar que está em constante transformação. A instabilidade no ambiente se deve à aceleração do tempo, desencadeada por eventos relacionados a avanços tecnológicos.
Apesar da distopia, pitadas de otimismo e humor perpassam a obra. A distopia ali presente não é explícita. Existe no lugar uma opressão natural. João Donno vai se adaptando a cada situação adversa em meio à inconstância, enquanto que a personagem Ghalgha o acompanha fazendo relatos baseada na sua percepção de mundo via intuição.
Com um conteúdo multidimensional, Ghalgha envolve ficção científica, fantasia, ufologia, mitologia e magia no sentido literário.
Ficção científica. O livro apresenta um lugar pleno de seres mutantes, realidade virtual e meios de transporte característicos. Com relação aos mutantes o livro trata da questão de como nos autopercebemos, quando mostra que um dos mutantes ignora ser mutante e que tem preconceito por outros mutantes. A realidade virtual trata da proliferação de metaversos pelo planeta. A presença de alta tecnologia somada à baixa qualidade de vida da maioria dos habitantes poderia colocar Ghalgha no subgênero cyberpunk.
Fantasia. Onde vivem os personagens, alguns com crenças exóticas, ocorrem fatos sobrenaturais e mágicos, levando o ambiente, às vezes, à beira do surreal.
Ufologia. No ambiente do livro alguns deuses egípcios se convertem em seres extraterrestres que habitam em múltiplas dimensões. Eles participam da distopia, interagindo com as pessoas, sem que essas os percebam na sua forma convencional.
Mitologia. A personagem Ghalgha existe em um mundo que por fim se revela como realmente é, com a participação de deuses da mitologia egípcia.
Magia. Uma bruxa estrangeira procura ensinar o conhecimento imediato das coisas e a alteração da realidade dos mundos. Ela influencia o desfecho surpreendente do livro quando algumas de suas palavras mágicas são repetidas insistentemente pelo João.
